quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Minerva ou será Me enerva



Complementando: Restauração 2 - a tela do Flávio (final)

Complementação do vídeo de restauração: a tela do Flávio (final)
Esta tela pertence ao Flávio e como é uma pintura de família, tem para ele um valor afetivo; por isso ele preferiu que eu fizesse a restauração com as tintas à óleo e massa acrílica.
Tudo isso está no vídeo, na postagem abaixo.
Continuando: esperei um dia de secagem da massa acrílica para iniciar a pintura.
Uma tela clássica, geralmente a paleta usada quando foi pintada segue um padrão de tons terrosos, então selecionei:
branco titânio, amarelo cádmio, vermelho cádmio, carmim, terra de siena queimada, terra de siena natural, azul da prússia, azul ultramar.
Misturei para pintar a arara na parte vermelha: branco, vermelho e carmim, observando igualar o tom da pintura; as vezes foi preciso queimar o tom com um pouco de siena, ou siena natural para dar um tom mais envelhecido.
Na parte azul, misturei: branco, azul da prússia, azul ultramar, siena natural e siena queimada.
Toda mistura deve ser observada a quantidade de cor que acrescentamos, qual o tom predominante, sempre tonalizamos sobre o branco, porque é uma forma de controlarmos essa mistura se ela for de tom claro;  quando é um tom mais escuro, devemos observar a tonalidade que predomina, e nessa cor levarmos as outras cores, assim, ficará mais fácil.
Na água e na mata, usei azul da prússia, azul ultramar, branco, siena natural, ocasionalmente amarelo, siena queimada, vermelho, de acordo com os tons das partes a serem pintadas.
O retoque se resume apenas sobre a massa, não deve ultrapassar a área branca da massa acrílica.
Aguardei secagem de uns 3 dias.
Em algumas telas não conseguimos igualar totalmente as cores, percebendo pequenas diferenças depois que as tintas secam. Isso acontece porque as marcas de tintas, usam pigmentos diferentes, ou então,  o pintor usou uma paleta de muitas misturas, ex: muitos tons de azul, ou na mistura ao pintar usou tons muito misturados (que estavam na paleta). Normalmente as diferenças são quase imperceptíveis.
Então apliquei o verniz natural - se quiser mais informação veja no Youtube.com/Nancy Carpi , em  Restauração - verniz natural), ensino a fazer. Este verniz, protege a pintura de sugidades e pó, é de fácil remoção, aviva as cores e contrastes, faz quase tudo que um verniz químico faz. Se depois de secar, ficar com aspecto de casquinha, embaçada em alguns lugares, é porque o dia estava muito seco; é só esbater um pano úmido em água quente, levemente.
Uma pintura trincada (craquelê) se não estiver soltando com a argamassa da tela, não há motivo de preocupação, isso é ação do tempo e não tem como retirar ou retocar, não irá desaparecer e  não vai  tirar a beleza da pintura.
Confira tudo no vídeo: Restauração2- a tela do Flávio (final)